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Informações aos pacientes

Como são utilizados os medicamentos em Medicina Nuclear

1 – Substâncias Marcadas:

Para que se possa obter uma cintilografia é importante que o órgão a examinar, contraste com os tecidos e estruturas vizinhas. Isso quer dizer que só o órgão que se deseja estudar deve concentrar o radioisótopo ou, pelo menos, deve concentrar o traçador em muito maior grau que os tecidos circunvizinhos.
Esse princípio permitiu que a tireoide fosse o primeiro órgão alvo da atenção da Medicina Nuclear. Assim que foi possível a produção de isótopos radioativos de iodo, tornou-se possível a cintilografia tireoidiana porque essa glândula organifica e, assim, concentra o iodo para formar seu hormônio, contrastando com os tecidos da região cervical que não fixam esse elemento químico.

A mesma facilidade não existe para outros órgãos os quais, para serem examinados, exigem que se fabriquem substâncias que tenham afinidade específica para seus tecidos. Por exemplo, na cintilografia do coração são utilizadas substâncias radioativas que são fixadas pelo músculo cardíaco; para a cintilografia do esqueleto são necessárias substâncias que se localizem preferencialmente nos ossos, etc.

Os medicamentos que são usados para as cintilografias são substancias inertes, ou não radioativas e, para serem úteis na formação das imagens precisam ser incorporadas a elementos artificialmente radioativos. Assim a técnica atual permite que se introduzam na estrutura desses medicamentos átomos de um isótopo radioativo. O complexo medicamento / isótopo chama-se substância marcada ou radiofármaco.

2 – Administração do Traçador:

A administração dos medicamentos radioativos é simples. Alguns são administrados por via oral, (na forma de solução ou em cápsulas) como é o caso do iodo radioativo, (131I), tanto para a realização de cintilografias da tireoide como para o tratamento do hipertireoidismo e das metástases dos cânceres de tireoide.
Outros isótopos são administrados por inalação, como é o caso de certos gases radioativos e dos aerossóis mar-cados com Tecnécio (99mTc), utilizados para fazer as cintilografias pulmonares ventilatórias (ou de inalação).

A maioria dos exames é realizada mediante a injeção endovenosa das substâncias marcadas, como por exemplo, para a realização de cintilografias do esqueleto, dos rins, do coração, do cérebro, etc.

Em alguns casos são utilizadas outras vias de acesso, como a colocação do material radioativo por meio de sondas, como no caso do estudo do refluxo vésico-ureteral, ou de injeções subcutâneas e intradérmicas do traçador para cintilografias do sistema linfático, na localização de linfonodos sentinelas e por injeções intratumorais na realização de cirurgias radioguiadas (Radioguided Occult Lesion Localization – ROLL).

3 – Doses de Radiação

A dose de radiação absorvida por uma pessoa submetida ao exame cintilográfico é muito pequena e geralmente bem menor que a dose recebida por uma radiografia do mesmo órgão.
A baixa dose de radiação do exame cintilográfico se explica porque, o paciente é irradiado, somente, enquanto o traçador radioativo permanece no seu organismo. Essa afirmativa permite que se deduza que quanto menos tempo um material permaneça radioativo ou, quanto menos tempo ele permaneça no organismo, em geral tanto menor a dose de radiação que ele determina. Por isso, para fins médicos, são utilizados isótopos que se mantém radioativos durante um curto período de tempo.

A radioatividade é um fenômeno físico espontâneo e aleatório, de origem nuclear. Numa substância radioativa os átomos se desintegram ao acaso e ao fazê-lo emitem radiação e se tornam inertes, isto é, não mais emitirão raios. Dessa forma as substâncias radioativas perdem gradativamente, sua radioatividade e, na medida em que diminui o numero de átomos capazes de emitir radiação, aumenta o número de átomos incapazes de produzir novos raios.

A redução gradual do número de átomos potencialmente radioativos é chamada de decaimento radioativo. Esse parâmetro é denominado “meia vida física”. A meia vida física é o tempo que leva uma determinada substância para perder metade da radioatividade, isto é, para que metade de seus átomos se torne inertes.

Para exemplificar a meia vida física vamos tomar o caso do Tecnécio (99mTc), o isótopo mais utilizado em Medicina Nuclear. Ele é um isótopo que tem uma meia vida física de aproximadamente seis horas, isso quer dizer que se separarmos uma dose de 10 milicuries (mCi – unidade de atividade) de Tecnécio (99mTc), radioatividade irá progressivamente cair, e, assim, 6 horas depois restam 5 mCi do material, 12 horas depois ficam 2,5 mCi, 18 horas depois, ainda existem 1,25 mCi e 24 horas depois, 0,625 mCi, e assim por diante.

Pode-se, então, entender que um material radioativo no corpo de um paciente forçosamente desaparecerá e isso acontece tanto mais rapidamente quanto menor for sua meia vida física.

Outro fato que reduz a dose da radiação nos exames cintilográficos é a eliminação fisiológica do traçador, isto porque as substâncias também são naturalmente eliminadas pelo organismo. Chama-se de “meia vida biológica” o tempo que o organismo leva para eliminar metade do traçador.

Do exposto conclui-se que um traçador desaparece do organismo de uma pessoa, simultaneamente, por dois caminhos, um pela perda de radioatividade e o outro, por eliminação fisiológica, – fatores que somados constituem o que se chama de “meia vida efetiva”. A consequência da meia vida efetiva é a redução mais rápida da quantidade de substância radioativa aplicada para obtenção de cintilografias e, explica a pequena dose de radiação que o paciente sofre durante o procedimento diagnóstico cintilográfico.

4 – Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais da aplicação de substâncias radioativas são raros e, em geral, de pouca gravidade. Isso acontece porque a quantidade de substância que o paciente recebe é extremamente pequena. Por exemplo, para uma cintilografia da tireoide a quantidade de iodo utilizada é da ordem de 0,000003 g (3 µg).
O curto período de permanência do isótopo no organismo, o mínimo de desconforto causado pela administração do traçador e a realização do exame sem sofrimento sem necessidade de internação do paciente na maioria das vezes, permitem que ele possa voltar imediatamente às suas atividades normais.

A maioria dos exames não requer preparo prévio especial e os serviços de Medicina Nuclear fornecem as informações necessárias, as quais, inclusive podem ser obtidas nessa página.

5 – Indicações

Os exames por imagens – (radiografias convencionais, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassons e cintilografias) são exames com indicações específicas. Um não substitui os outros, eles se complementam. O exame cintilográfico é, fundamentalmente, um exame funcional/metabólico que, além do diagnóstico, serve para avaliar e acompanhar os efeitos da terapêutica. Ele é um excelente meio para localizar quantidades extremamente pequenas de substâncias radioativas, para descobrir lesões, antes que outros meios diagnóstico possam fazê-lo.
Os leigos pensam que as cintilografias são procedimentos utilizados unicamente no diagnóstico das neoplasias malignas e de suas metástases, mas essas são apenas duas de suas várias indicações, porque os exames cintilográficos são úteis no diagnóstico, acompanhamento e avaliação terapêutica de inúmeros processos benignos.

São exemplos de indicação da cintilografia para diagnóstico de doenças benignas, os estudos para pesquisa do refluxo gastro-esofágico, do refluxo vésico-ureteral, das doenças cardiovasculares, das embolias pulmonares, das doenças cerebrais, das avaliações da função renal e da tireoide, das lesões traumáticas, inflamatórias e metabólicas do esqueleto, etc.