A dose de radiação absorvida por uma pessoa submetida ao exame cintilográfico é muito pequena e geralmente menor do que a dose recebida por uma radiografia do mesmo órgão.
A baixa dose de radiação do exame cintilográfico se explica porque o paciente é irradiado somente enquanto o traçador radioativo permanece no seu organismo. Essa afirmativa permite que se deduza que quanto menos tempo um material permaneça radioativo ou, quanto menos tempo ele permaneça no organismo, em geral tanto menor a dose de radiação que ele determina. Por isso, para fins médicos, são utilizados isótopos que se mantém radioativos durante um curto período de tempo.
A radioatividade é um fenômeno físico espontâneo e aleatório, de origem nuclear. Numa substância radioativa os átomos se desintegram ao acaso e, ao fazê-lo, emitem radiação e se tornam inertes, isto é, não mais emitirão raios. Dessa forma, as substâncias radioativas perdem gradativamente sua radioatividade e, na medida em que diminui o numero de átomos capazes de emitir radiação, aumenta o número de átomos incapazes de produzir novos raios.
A redução gradual do número de átomos potencialmente radioativos é chamada de decaimento radioativo. Esse parâmetro é denominado “meia vida física”. A meia vida física é o tempo que leva uma determinada substância para perder metade da radioatividade, isto é, para que metade de seus átomos se torne inertes.
Para exemplificar a meia-vida física vamos tomar o caso do Tecnécio (99mTc), o isótopo mais utilizado em Medicina Nuclear. Ele é um isótopo que tem uma meia-vida física de aproximadamente 6 horas, isso quer dizer que se separarmos uma dose de 10 milicuries (mCi – unidade de atividade) de Tecnécio (99mTc), a radioatividade irá progressivamente cair, e, assim, 6 horas depois, restam 5 mCi do material; 12 horas depois, ficam 2,5 mCi; 18 horas depois, ainda existem 1,25 mCi; 24 horas depois, 0,625 mCi, e assim por diante.
Pode-se, então, entender que um material radioativo no corpo de um paciente forçosamente desaparecerá e isso acontece tanto mais rapidamente quanto menor for sua meia-vida física.
Outro fato que reduz a dose da radiação nos exames cintilográficos é a eliminação fisiológica do traçador, isto porque as substâncias também são naturalmente eliminadas pelo organismo. Chama-se de “meia-vida biológica” o tempo que o organismo leva para eliminar metade do traçador.
Do exposto conclui-se que um traçador desaparece do organismo de uma pessoa, simultaneamente, por dois caminhos, um pela perda de radioatividade e o outro, por eliminação fisiológica, – fatores que somados constituem o que se chama de “meia-vida efetiva”. A consequência da meia-vida efetiva é a redução mais rápida da quantidade de substância radioativa aplicada para obtenção de cintilografias e explica a pequena dose de radiação a que o paciente é submetido durante o procedimento diagnóstico cintilográfico.